Resumo em Português:
Resumo: Este estudo objetivou verificar os efeitos hipotéticos da substituição do comportamento sedentário por atividade física moderada a vigorosa, sono e diferentes domínios da atividade física por quantidades equivalentes sobre o declínio cognitivo em uma população idosa. Trata-se de um estudo transversal, com 473 idosos de ≥ 60 anos. O declínio cognitivo foi avaliado por meio do Mini Exame do Estado Mental. A atividade física, seus diferentes domínios e o tempo de exposição ao comportamento sedentário foram avaliados por meio do Questionário Internacional de Atividade Física. Para a análise dos dados, foram utilizados dois modelos de substituição isotemporal, por meio da regressão de Poisson. O primeiro modelo testou o efeito do tempo de sono, comportamento sedentário e atividade física moderada a vigorosa no declínio cognitivo. O segundo modelo foi utilizado para determinar o efeito dos domínios de atividade física (lazer, trabalho, transporte e casa), tempo de sono e comportamento sedentário no declínio cognitivo. A atividade física no lazer foi um fator protetivo contra declínio cognitivo em todos os domínios testados, substituindo comportamento sedentário, sono e transporte. Por outro lado, a substituição do domínio lazer por comportamento sedentário, sono e transporte foi considerada fator de risco para o declínio cognitivo. O tempo livre mostrou-se um forte fator protetor na redução do risco de declínio cognitivo, sendo necessário incentivar e estimular políticas públicas.Resumo em Espanhol:
Resumen: Este estudio tuvo como objetivo verificar los efectos hipotéticos al reemplazar el comportamiento sedentario por actividad física de moderada a vigorosa, sueño y diferentes dominios de actividad física por cantidades equivalentes sobre el deterioro cognitivo en una población anciana. Se trata de un estudio transversal, con 473 ancianos ≥ 60 años. El deterioro cognitivo se evaluó mediante el Mini Examen del Estado Mental. La actividad física, sus diferentes dominios y el tiempo de exposición al comportamiento sedentario se evaluaron mediante el Cuestionario Internacional de Actividad Física. Para el análisis de los datos, se utilizaron dos modelos de reemplazo isotemporal, utilizando la regresión de Poisson. El primer modelo probó el efecto del tiempo de sueño, comportamiento sedentario y actividad física de moderada a vigorosa en el deterioro cognitivo. El segundo modelo se utilizó para determinar el efecto de los dominios de actividad física (ocio, trabajo, transporte y hogar), tiempo de sueño y comportamiento sedentario en el deterioro cognitivo. La actividad física en el tiempo libre fue un factor protector contra el deterioro cognitivo en todos los dominios evaluados, reemplazando el comportamiento sedentario, el sueño y el transporte. Por otra parte, reemplazar el dominio del ocio por comportamiento sedentario, sueño y transporte se consideró un factor de riesgo para el deterioro cognitivo. El tiempo libre demostró ser un fuerte factor protector para reducir el riesgo de deterioro cognitivo, por lo que es necesario fomentar y estimular políticas públicas.Resumo em Inglês:
Abstract: This study aimed to test hypothesized effects of replacing sedentary behavior with moderate-to-vigorous physical activity, sleep, and different domains of physical activity by equivalent amounts on suggestive cognitive decline in an older adult population. This was a cross-sectional study including 473 older adults aged ≥ 60 years. Cognitive decline was assessed using the Mini-Mental Health Examination. Physical activity, its different domains and the time of exposure to sedentary behavior were assessed using the International Physical Activity Questionnaire. For data analysis, two isotemporal substitution models were constructed using Poisson regression. The first model tested the effect of sleep time, sedentary behavior, and moderate-to-vigorous physical activity on cognitive decline. The second model was used to determine the effect of physical activity domains (leisure, work, transport, and home), sleep time, and sedentary behavior on cognitive decline. Physical activity during leisure time was protective against cognitive decline among all domains tested, replacing sedentary behavior, sleep, and transport. Conversely, substitution of the leisure domain for sedentary behavior, sleep, and transport was considered a risk factor for cognitive decline. Leisure time proved to be a strong protective factor in reducing the risk of cognitive decline, and it is necessary to encourage and stimulate public policies that include it.Resumo em Português:
Resumo: Trata-se de estudo transversal com o objetivo de identificar a perspectiva dos profissionais de saúde e residentes acerca dos desafios enfrentados no atendimento aos usuários indígenas em um hospital referência no Mato Grosso do Sul, estado brasileiro que comporta a segunda maior população indígena do país. O estudo utilizou questionário semiestruturado online, enviado por e-mail a cada trabalhador(a) no período entre junho e agosto de 2020. As variáveis discretas foram sintetizadas em média e desvio padrão e mediana e intervalo interquartil (nível de significância de 5%). Participaram do estudo 230 profissionais de saúde e 29 residentes. Entre eles, apenas 14,7% conheciam as etnias atendidas, e 60,2% nunca havia presenciado práticas tradicionais no hospital, indicando baixa articulação entre as formas de cuidado biomédico e indígena. Ao confrontar respostas dos residentes e profissionais, observou-se que residentes têm uma visão mais positiva acerca da aproximação com o contexto indígena, sugerindo que consideram importante melhorar essa articulação. Na comparação entre categorias profissionais, destacam-se algumas divergências de opiniões da categoria médica em relação à assistência. Além disso, profissionais e residentes demonstraram sentir algum nível de dificuldade no atendimento à população indígena. Os resultados evidenciam a centralidade do modelo biomédico, o desconhecimento dos profissionais sobre o contexto das comunidades atendidas e a desvalorização de suas práticas. Além disso, contribuem para discussões sobre as políticas de saúde nos diversos níveis de atenção e gestão, bem como na qualificação da assistência hospitalar aos indígenas.Resumo em Espanhol:
Resumen: Se trata de un estudio transversal con el objetivo de identificar la perspectiva de los profesionales de la salud y los médicos residentes sobre los desafíos que enfrentan en la atención a los usuarios indígenas en un hospital de referencia en Mato Grosso del Sur, el estado brasileño que tiene la segunda población indígena más grande del país. El estudio utilizó un cuestionario semiestructurado en línea, enviado por correo electrónico para cada trabajador y trabajadora entre los meses de junio y agosto de 2020. Se sintetizaron las variables discretas en media y desviación estándar, y mediana y rango intercuartílico (nivel de significación del 5%). Participaron del estudio 230 profesionales de la salud y 29 médicos residentes. En los resultados, solo el 14,7% de los participantes conocían las etnias atendidas, y el 60,2% nunca había presenciado prácticas tradicionales en el hospital, lo que indica una baja articulación entre las formas de atención biomédica e indígena. Al confrontar respuestas de los médicos residentes y los profesionales, se constató que los médicos residentes tienen una perspectiva más positiva sobre el acercamiento al contexto indígena, lo que sugiere que ellos consideran importante mejorar esta articulación. Al comparar las categorías profesionales, se destacan algunas divergencias de opinión de la categoría médica en relación con la asistencia. Además, los profesionales y los médicos residentes demostraron un cierto nivel de dificultad en la atención a la población indígena. Los resultados demuestran la centralidad del modelo biomédico, la falta de conocimiento de los profesionales sobre el contexto de las comunidades atendidas y la desvalorización de sus prácticas. Los resultados contribuyen a las discusiones sobre las políticas de salud en varios niveles de atención y gestión, así como en la calificación de la atención hospitalaria a los indígenas.Resumo em Inglês:
Abstract: This cross-sectional study aims to identify the perspective of healthcare professionals and residents regarding the challenges faced in providing care to Indigenous users in a reference hospital in Mato Grosso do Sul, a Brazilian state with the second-largest Indigenous population in the country. The study used a semi-structured online questionnaire emailed to each worker between June and August 2020. The discrete variables were summarized as mean and standard deviation and median and interquartile range (5% significance level). Two hundred thirty healthcare professionals and 29 residents participated in the study. Among the findings, only 14.7% of participants knew the ethnicities served, and 60.2% had never witnessed traditional practices in the hospital, indicating low articulation between biomedical and Indigenous forms of care. When comparing responses from residents and professionals, residents were noted to have a more positive view of approaching the Indigenous context, suggesting that they consider it essential to improve this articulation. When comparing professional categories, some differences of opinion among the medical category stand out concerning assistance. In addition, professionals and residents demonstrated some level of difficulty in caring for the Indigenous population. The results highlight the centrality of the biomedical model, the professionals’ lack of knowledge about the context of the communities served, and the devaluation of their practices. The findings contribute to discussions about healthcare policies at different levels of care and management and the qualification of hospital care for Indigenous people.Resumo em Português:
Resumo: Trata-se de uma pesquisa documental, exploratória, descritiva, partindo de um estudo multicêntrico e internacional entre Brasil, Espanha, Itália e Portugal sobre sistemas nacionais de saúde com modelo de atenção baseado na atenção primária à saúde e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Brasil. Tem como objetivo identificar as legislações de base da saúde, o direito à saúde e os princípios doutrinários e organizativos de cada país selecionado com ênfase no impacto dos determinantes sociais de saúde sobre os sistemas nacionais de saúde. Os resultados revelaram países com legislações e princípios doutrinários semelhantes, com direito à saúde constitucional, ancorados na atenção primária à saúde, e com modelo assistencial de acesso do tipo saúde da família. Os desafios encontrados foram a baixa natalidade e elevada expectativa de vida ao nascer em países europeus e critérios para acesso a medicamentos e financiamento assistencial. Com base nos nossos achados, os países que tiveram maior investimento em base estrutural, perpassando por assegurar condições socioeconômicas e sanitárias mais dignas, sólidas e vigilantes, garantiram importante diferenciação na capacidade de resposta e sustentabilidade do sistema nacional de saúde e no impacto direto na qualidade de vida das pessoas.Resumo em Espanhol:
Resumen: Se trata de una investigación documental, exploratoria, descriptiva, parte de un estudio multicéntrico, internacional entre Brasil, España, Italia y Portugal sobre los Sistemas Nacionales de Salud con un modelo de atención basado en la atención primaria de salud y financiado por el Consejo Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico (CNPq) de Brasil. Tiene como objetivo identificar la legislación de base de la salud, el derecho a la salud y los principios doctrinales y organizativos de cada país seleccionado con énfasis en el impacto de los determinantes sociales de la salud sobre los sistemas nacionales de salud. Los resultados revelaron países con legislaciones y principios doctrinales similares, con derecho a salud constitucional, anclados en la atención primaria de salud y con un modelo asistencial de acceso del tipo salud de la familia. Los desafíos encontrados fueron la baja tasa de natalidad y la alta esperanza de vida al nacer en países europeos y criterios para el acceso a medicamentos y financiación asistencial. Con base en nuestros hallazgos, los países que tuvieron mayor inversión en base estructural, asegurando condiciones socioeconómicas y sanitarias más dignas, sólidas y vigilantes, garantizan una diferenciación importante en la capacidad de respuesta y sostenibilidad del sistema nacional de salud y en el impacto directo en la calidad de vida de las personas.Resumo em Inglês:
Abstract: This is a documentary, exploratory, descriptive study, which is part of a multicenter international study assessing the national health systems with a care model based on primary health care of Brazil, Spain, Italy, and Portugal, funded by the Brazilian National Research Council (CNPq, acronym in Portuguese). It aims to identify the basic health legislation, the right to health, and the doctrinal and organizational principles of each country with a focus on the impact of social determinants of health on the national health systems. The results showed these countries have similar legislation and doctrinal principles, with a constitutional right to health, based on primary health care, and with a care model of the family health type. The challenges identified were low birth rate and high life expectancy at birth in European countries and criteria for access to medication and care financing. Based on our findings, the countries with higher investment in a structural basis, ensuring more dignified, solid, and vigilant socioeconomic and sanitary conditions, provide an important differentiation in responsiveness and sustainability of the national health system and direct impact on the quality of life.Resumo em Português:
Resumo: De que modo os fenômenos sociais entendidos como pertencentes à esfera da saúde provocaram a Sociologia nas últimas décadas? Este estudo parte dessa pergunta para articular Sociologia e Saúde, propondo uma reflexão sobre a maneira como o conhecimento pode avançar na interseção entre essas duas áreas. O texto é organizado em três seções: na primeira, oferece uma breve reflexão sobre a noção de “problema sociológico contemporâneo”, indicando as questões da Sociologia da Saúde que podem ser tomadas como vetores para essa indagação; na segunda, examina algumas contribuições da Sociologia da Saúde, sobretudo a partir da segunda metade do século XX, pontuando a maneira como essa área precisou organizar soluções e reconfigurar problemas sociológicos para dar conta de fenômenos contemporâneos; e por fim, na terceira seção, o texto propõe novas perguntas para pensar a saúde como problema sociológico contemporâneo no contexto político atual.Resumo em Espanhol:
Resumen: ¿De qué manera los fenómenos sociales entendidos como pertenecientes al campo de la “salud” han provocado la Sociología en las últimas décadas? Este ensayo parte de este interrogante para articular Sociología y Salud en una reflexión sobre cómo el conocimiento puede avanzar en la intersección entre estas dos áreas del conocimiento. Este texto se organiza en tres apartados. En el primer apartado se reflexiona brevemente sobre la noción de “problema sociológico contemporáneo” indicando las cuestiones de la Sociología de la Salud que pueden considerarse como motor para esta cuestión; en el segundo, se examinan algunas aportaciones de la Sociología de la Salud, especialmente de la segunda mitad del siglo XX, en las cuales señala cómo el área necesitaba organizar soluciones y reconfigurar los problemas sociológicos para abarcar los fenómenos contemporáneos; y, en el tercer apartado, se plantean nuevos interrogantes para pensar la salud como un problema sociológico contemporáneo en el contexto político actual.Resumo em Inglês:
Abstract: In what ways have the social phenomena understood as belonging to the sphere of “health” provoked Sociology in recent decades? This essay takes this question as a starting point for linking Sociology and Health, proposing a reflection on how knowledge can advance at the intersection between these two fields of knowledge. The article is structured in three sections: in the first, a brief reflection on the notion of “contemporary sociological problems” will be presented, indicating the questions of the Sociology of Health that can be taken as a vector for this inquiry; in the second, it examines some contributions of the Sociology of Health, especially from the late 20th century, indicating how this area has had to organize solutions and reconfigure sociological problems to deal with contemporary phenomena; and in the last section, it proposes new questions for thinking about health as a sociological problem in the contemporary political context.Resumo em Português:
Resumo: Este artigo analisa o enfrentamento da COVID-19 em três federações latino-americanas: Argentina, Brasil e México. Realizou-se um estudo de casos múltiplos em perspectiva comparada, baseado em revisão bibliográfica, análise documental e de dados secundários, considerando: características dos países e do sistema de saúde, evolução da COVID-19, governança nacional, medidas de contenção e mitigação, resposta dos sistemas de saúde, condicionantes, aspectos positivos e limites das respostas. Os três países apresentavam sistemas de saúde distintos, porém marcados por financiamento insuficiente e desigualdades quando atingidos pela pandemia, e registraram alta mortalidade por COVID-19. As respostas nacionais foram influenciadas por condicionantes estruturais, institucionais e políticos. Na Argentina, a liderança nacional e acordos políticos intergovernamentais favoreceram a adoção inicial de medidas centralizadas de controle, que não se sustentaram. No Brasil, houve limites na coordenação e liderança nacional, relacionadas ao negacionismo do presidente e a conflitos federativos, políticos e com especialistas, apesar da existência de um sistema de saúde universal que têm comissões intergovernamentais e conselhos participativos, pouco acionados na pandemia. No México, dificuldades estruturais se associaram à relutância inicial do governo nacional em adotar medidas restritivas, limites na testagem e relativa lentidão na vacinação. Conclui-se que o enfrentamento de emergências sanitárias requer o fortalecimento dos sistemas públicos de saúde associados a mecanismos de coordenação federativa, intersetorial e com a sociedade civil, bem como mecanismos efetivos de solidariedade global.Resumo em Espanhol:
Resumen: El artículo analiza la lucha contra el COVID-19 en tres federaciones latinoamericanas: Argentina, Brasil y México. Se realizó un estudio de casos múltiple en perspectiva comparada, basado en revisión bibliográfica, análisis documental y de datos secundarios, teniendo en cuenta: las características de los países y del sistema de salud, la evolución del COVID-19, la gobernanza nacional, las medidas de contención y mitigación, la respuesta de los sistemas de salud, los factores condicionantes, los aspectos positivos y los límites de las respuestas. Los tres países tenían sistemas de salud diferentes, pero marcados por financiación insuficiente y desigualdades, cuando afectados por la pandemia, y registraron una alta mortalidad por COVID-19. Las respuestas nacionales se influyeron por factores condicionantes estructurales, institucionales y políticos. En Argentina, el liderazgo nacional y los acuerdos políticos intergubernamentales favorecieron la adopción inicial de medidas de control centralizadas, que no se sustentaron. En Brasil, hubo límites en la coordinación y liderazgo nacional, relacionados con el negacionismo del presidente y los conflictos federativos, políticos y con expertos, a pesar de existir un sistema de salud universal que tiene comisiones intergubernamentales y consejos participativos, poco utilizados en la pandemia. En México, las dificultades estructurales se asociaron con la renuencia inicial del gobierno nacional en adoptar medidas restrictivas, límites en las pruebas y relativa lentitud en la vacunación. Se concluye que para enfrentar emergencias sanitarias hay que fortalecer los sistemas públicos de salud asociados con mecanismos de coordinación federativa, intersectorial y con la sociedad civil, así como mecanismos efectivos de solidaridad global.Resumo em Inglês:
Abstract: The article analyzes the fight against COVID-19 in three Latin American countries: Argentina, Brazil, and Mexico. A multiple case study was carried out in a comparative perspective, based on a bibliographic review, documentary analysis, and secondary data, considering characteristics of the countries and the health system, evolution of COVID-19, national governance, containment and mitigation measures, health systems response, constraints, positive aspects and limits of responses. The three countries had distinct health systems but were marked by insufficient funding and inequalities when hit by the pandemic and recorded high-COVID-19 mortality. Structural, institutional, and political factors influenced national responses. In Argentina, national leadership and intergovernmental political agreements favored the initial adoption of centralized control measures, which were not sustained. In Brazil, there were limits in national coordination and leadership related to the President’s denialism and federative, political, and expert conflicts, despite a universal health system with intergovernmental commissions and participatory councils, which were little used during the pandemic. In Mexico, structural difficulties were associated with the Federal Government’s initial reluctance to adopt restrictive measures, limits on testing, and relative slowness in immunization. In conclusion, facing health emergencies requires strengthening public health systems associated with federative, intersectoral, and civil society coordination mechanisms and effective global solidarity mechanisms.Resumo em Português:
Resumo: Este estudo aborda a capacidade do Estado em lidar com a pandemia da COVID-19, bem como contribuir com a literatura sobre gestão de crises no setor da saúde. Analisamos se o nível de capacidade do Estado teve impacto na resposta à COVID-19 nas regiões de saúde brasileiras em 2020. O estudo utiliza um conjunto de técnicas de análise estatística e análise de impacto na saúde pública, incluindo o método de pareamento por escore de propensão (PSM). Os achados revelaram que o menor número de óbitos por COVID-19 esteve associado à participação em consórcios intermunicipais de saúde, ao nível de escolaridade dos gestores municipais de saúde e aos recursos repassados por meio do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Por outro lado, o número de unidades de terapia intensiva (UTI) e de equipamentos para manutenção da vida associou-se a um maior número de óbitos, uma vez que locais populacionais maiores concentraram capacidade operacional para atender os casos mais graves. Conclui-se, portanto, que os diferentes níveis de capacitação implementados pelo Estado nas regiões de saúde brasileiras levaram a resultados distintos no enfrentamento da pandemia. Isso reforça a importância da discussão sobre a capacitação implementada pelo Estado e a gestão de crises, destacando que o resultado do enfrentamento da COVID-19 no Brasil esteve relacionado ao nível de recursos existentes, principalmente em termos de capacidade do sistema de saúde, capacidade burocrática e associação em consórcios para compartilhar insumos e garantir a prestação de serviços de saúde à população.Resumo em Espanhol:
Resumen: Este estudio aborda la capacidad del Estado para hacer frente a la pandemia del COVID-19 y busca contribuir a la literatura sobre gestión de crisis en el sector salud. Se analizó si el nivel de capacidad del Estado tuvo un impacto en la respuesta al COVID-19 en las regiones sanitarias brasileñas en 2020. Este estudio utilizó un conjunto de técnicas de análisis estadísticos y análisis de impacto en la salud pública, incluido el método de pareamiento por puntaje de propensión (PSM). Los hallazgos muestran que el menor número de muertes por el COVID-19 se asoció con la participación en consorcios intermunicipales de salud, el nivel de educación de los gestores municipales de salud y los recursos transferidos por el Programa Nacional de Mejoría y Acceso de la Calidad de la Atención Básica (PMAQ). Por otro lado, la cantidad de unidades de cuidados intensivos (UCI) y de equipos de soporte vital estuvo asociada a un mayor número de muertes, ya que los lugares con mayor población concentraron la capacidad operativa para tratar los casos más graves. Se concluye que los diferentes niveles de capacitación implementados por el Estado en las regiones sanitarias brasileñas llevaron a diferentes resultados para hacer frente a la pandemia. Esto refuerza la importancia de la discusión sobre la capacitación implementada por el Estado y la gestión de crisis, destacando que la respuesta al COVID-19 en Brasil estuvo relacionada con el nivel de recursos existentes, especialmente con relación a la capacidad del sistema de salud, la capacidad burocrática y la asociación en consorcios para compartir insumos y garantizar la prestación de servicios sanitarios a la población.Resumo em Inglês:
Abstract: This study addresses the State’s capacity to combat the COVID-19 pandemic and contributes to the literature on crisis management in health care. We analyzed whether the capacity level impacted the State response to COVID-19 in Brazilian healthcare regions in 2020 using a set of statistical analysis techniques and public health impact analysis, including propensity score matching (PSM). Results revealed that a low COVID-19 mortality was associated with participation in municipal health consortia, schooling level of municipal health managers and the resources allocated by the Brazilian National Program for Improvement of Access and Quality of Basic Care (PMAQ). Conversely, the number of intensive care units (ICU) and life-sustaining equipment available were associated with higher mortality, as locations with a larger population concentrated operational capacity to treat the most severe cases. In conclusion, the different levels of State capacity in health regions led to different outcomes in combating the pandemic. This reinforces the importance of discussing State capacity and crisis management, since the COVID-19 confrontation in Brazil related to the level of existing resources concerning health system capacity, bureaucratic capacity and participation in consortia for sharing inputs and ensuring the provision of health services to the population.Resumo em Português:
Resumo: No México, a população economicamente ativa com mais de 50 anos tem crescido nos últimos anos. Devido à idade, estes trabalhadores podem apresentar piora da saúde e necessitar de algum tipo de cuidado. No entanto, apenas o emprego formal está atrelado a um melhor acesso aos serviços de saúde e aposentadorias. Ao mesmo tempo, indivíduos dessa população também podem precisar cuidar de crianças, um companheiro doente ou idoso dependente, o que limita seu tempo disponível para o trabalho. Este estudo examinou a associação entre deficiência, receber e fornecer cuidados e acesso a serviços de saúde e a atividade econômica entre adultos de 50 a 69 anos no México em 2015 e 2018. Trata-se de uma abordagem com modelagem multinível utilizando dados do Estudo Nacional sobre Saúde e Envelhecimento no México (ENASEM). O ENASEM é um estudo longitudinal painel com adultos com 50 anos ou mais. A amostra do estudo incluiu dados de 8.831 observações em 2015 e 10.445 em 2018. Aqueles que vivem com algum grau de incapacidade e recebem cuidados têm menor probabilidade de serem economicamente ativos em comparação com aqueles que vivem com incapacidades e não recebem cuidados. Da mesma forma, os indivíduos que prestam cuidados também são menos propensos a terem um emprego. Além disso, os dados sugerem que indivíduos sem acesso a serviços de saúde têm maior probabilidade de serem economicamente ativos. Em indivíduos na faixa etária de 50 a 69 anos, problemas de saúde e cuidados são fatores que restringem a condição de atividade econômica. Em sociedades orientadas para a família com estados de bem-estar social fracos, o direito à saúde é parcial para a população e o cuidado é tradicionalmente assumido pelas mulheres, o que agrava as desigualdades de gênero e tem um impacto diferencial no trabalho remunerado para homens e mulheres.Resumo em Espanhol:
Resumen: La población de México económicamente activa mayor de 50 años de edad se ha incrementado en los últimos años. Estos trabajadores en esta edad pueden sentir empeorar su salud y requerir algún tipo de atención. Sin embargo, solamente el empleo formal dio un mejor acceso a los servicios sanitarios y las pensiones. Al mismo tiempo, esta población también puede necesitar cuidar a niños, a la pareja enferma o a una persona mayor dependiente, lo que limita su tiempo disponible para trabajar. Este estudio evaluó la asociación entre la discapacidad, recibir y brindar asistencia y acceso a los servicios sanitarios, y la actividad económica de adultos de entre 50 y 69 años en México en el período de 2015 y 2018. Se trata de un enfoque de modelado multinivel que utiliza datos del Estudio Nacional de Salud y Envejecimiento en México (ENASEM). ENASEM es un estudio longitudinal con adultos de 50 años o más. La muestra del estudio estuvo conformada por 8.831 observaciones en 2015 y 10.445 en 2018. Las personas que viven con algún grado de discapacidad y reciben atención tienen menos probabilidades de ser económicamente activas en comparación con las que viven con discapacidades y no reciben atención. Del mismo modo, las personas que brindan atención también tienen menos probabilidades de tener un trabajo. Además, los datos destacan que las personas sin acceso a los servicios sanitarios tienen más probabilidades de ser económicamente activas. En las personas de entre 50 y 69 años, los problemas de salud y la atención son factores que restringen la condición de la actividad económica. En las sociedades orientadas a la familia con estados de bienestar débiles, el derecho a la salud es parcial a la población y el cuidado es tradicionalmente realizado por las mujeres, lo que empeora las desigualdades de género y tiene un impacto diferencial en el trabajo remunerado para hombres y mujeres.Resumo em Inglês:
Abstract: In Mexico, the economically active population aged over 50 years has been increasing in recent years. Due to their age, these workers may experience health deterioration and require some form of care. However, only formal employment is associated with better access to health services and pensions. At the same time, these workers may also need to care for children, sick partners or dependent older adults, which limits their time available for employment. This study examined the association between disability, receiving and providing care and access to health services, and economic activity among adults aged 50 to 69 in Mexico in 2015 and 2018. Multilevel modeling was conducted using data from the Mexican Health and Aging Study (MHAS). The MHAS is a longitudinal panel study of adults aged 50 years and older. The study sample included data from 8,831 observations from 2015 and 10,445 observations from 2018. Those living with some degree of disability and receiving care were found to be less likely to be economically active than those living with disability and not receiving care. Similarly, individuals who care for someone were also found to be less likely to be employed. Furthermore, the data suggested that individuals without access to health services were more likely to be economically active. For individuals aged 50 to 69 years, health and care issues were factors that limited economic activity status. In family-oriented societies with weak welfare states, the right to health is partial for the population and care is traditionally the responsibility of women, which exacerbates gender inequalities and has a differential impact on paid work for men and women.Resumo em Português:
Resumo: Na pandemia de COVID-19, as populações que vivem mais afastadas dos centros urbanos enfrentaram imensas dificuldades no acesso aos serviços de saúde. O objetivo deste estudo é analisar como os municípios rurais remotos brasileiros enfrentaram a pandemia de COVID-19, tendo como base sua resposta política, estrutural e organizativa ao acesso à saúde. Trata-se de estudo qualitativo de casos múltiplos com a análise de conteúdo temática e dedutiva de 51 entrevistas conduzidas com gestores e profissionais de saúde em 16 municípios rurais remotos dos estados de Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Minas Gerais e Amazonas. Com dinâmicas socioespaciais próprias, grandes distâncias até os centros de referência, os municípios rurais remotos responderam às demandas da pandemia, mas não tiveram suas necessidades atendidas oportunamente. Preservaram a comunicação com a população, reorganizaram o sistema local centrado na atenção primária à saúde (APS), alteraram o funcionamento das unidades de saúde, ultrapassando os limites de suas atribuições para prestar o cuidado necessário e aguardar o encaminhamento aos demais níveis de complexidade. Enfrentaram a escassez de serviços, as lacunas assistenciais da rede regional e o transporte sanitário inadequado. A pandemia reiterou as dificuldades da APS em coordenar o cuidado e expôs os vazios assistenciais nas regiões de referência. A provisão equitativa e resolutiva do sistema local de saúde nos municípios rurais remotos implica na articulação interfederativa à formulação e implementação de políticas públicas de modo a assegurar o direito à saúde.Resumo em Espanhol:
Resumen: En la pandemia de COVID-19, las poblaciones que viven más alejadas de los centros urbanos enfrentaron inmensas dificultades para acceder a los servicios de salud. El objetivo de este estudio es analizar cómo los municipios rurales remotos de Brasil enfrentaron la pandemia de COVID-19, a partir de su respuesta política, estructural y organizativa al acceso a la salud. Se realizó el estudio cualitativo de casos múltiple con el análisis de contenido temático y deductivo de 51 entrevistas realizadas con gestores y profesionales de la salud en 16 municipios rurales remotos de los estados de Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Minas Gerais y Amazonas. Con dinámicas socioespaciales propias y alejados de los centros de referencia, los municipios rurales remotos respondieron a las demandas de la pandemia, pero no se atendieron sus necesidades de manera oportuna. Preservaron la comunicación con la población, reorganizaron el sistema local centrado en la atención primaria de salud (APS), modificaron el funcionamiento de las unidades de salud, superando los límites de sus atribuciones para proporcionar la atención necesaria, y esperar la derivación a los demás niveles de complejidad. Enfrentaron la falta de servicios, las lagunas asistenciales de la red regional y el transporte sanitario inadecuado. La pandemia reafirmó las dificultades de la APS para coordinar la atención y expuso las lagunas asistenciales en las regiones de referencia. La provisión equitativa y resolutiva del sistema de salud local en los municipios rurales remotos implica en la articulación interfederativa para elaborar e implementar políticas públicas para asegurar el derecho a la salud.Resumo em Inglês:
Abstract: During the COVID-19 pandemic, populations living further away from urban centers faced immense difficulties accessing health services. This study aims to analyze how Brazilian remote rural municipalities faced the COVID-19 pandemic based on their political, structural, and organizational response to access to healthcare. A qualitative study of multiple cases was conducted with thematic and deductive content analysis of 51 interviews conducted with managers and healthcare professionals in 16 remote rural municipalities in the states of Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Minas Gerais, and Amazonas. With their socio-spatial dynamics and long distances to reference centers, the remote rural municipalities responded to the demands of the pandemic but did not have their needs met promptly. They preserved communication with the population, reorganized the local system centered on primary health care (PHC), and changed the functioning of healthcare units, exceeding the limits of their responsibilities to provide the necessary care and awaiting referral to other levels of complexity. They faced a shortage of services, gaps in assistance in the regional network, and inadequate healthcare transport. The pandemic reiterated PHC’s difficulties in coordinating care, exposing care gaps in reference regions. The equitable and resolute provision of the local health system in the remote rural municipalities implies inter-federative articulation in formulating and implementing public policies to ensure the right to health.Resumo em Português:
Resumo: A malária é um problema de saúde pública e os casos diagnosticados na capital de Roraima, Brasil, têm potencial para caracterizar a carga da doença em todo o estado. O objetivo deste estudo foi descrever os aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais dos casos de malária diagnosticados em Boa Vista. Para tanto, foi realizado um estudo descritivo e transversal em duas unidades de saúde do município, com indivíduos diagnosticados com malária e que concordaram em responder ao questionário. De 206 participantes, caracterizados como homens, pardos e jovens, 96% (198) relataram atividade de garimpo ilegal. Entre garimpeiros, 66% (131) vieram de outros estados do Brasil ou de outros países. As minas estavam localizadas principalmente no território Yanomami, em Roraima. A infecção por Plasmodium vivax ocorreu em 74% (153) dos participantes. Entre garimpeiros, houve relatos de internações por malária grave, ataques prévios de malária e atrasos no tratamento após o início dos sintomas. Embora 73% (145) dos garimpeiros tenham relatado saber como a malária era transmitida, apenas 54% (107) usavam mosquiteiros ou repelentes. O uso de Artecom e cloroquina pelos garimpeiros não se destina ao tratamento completo, mas apenas ao alívio dos sintomas, permitindo o retorno às minas de ouro. Isso ressalta a importância da vigilância molecular para detectar a resistência antimalárica. Os indígenas são considerados uma população vulnerável à malária, e os garimpeiros promovem o aumento da malária nas Terras Indígenas de Roraima. Portanto, o acesso ao diagnóstico e tratamento em áreas indígenas invadidas por garimpeiros é imperativo para o enfrentamento dessa doença que assola as comunidades indígenas e ameaça a saúde pública em larga escala na meta de erradicar a malária no estado.Resumo em Espanhol:
Resumen: La malaria es un problema de salud pública y los casos diagnosticados en la capital de Roraima, Brasil, tienen el potencial de caracterizar la carga de la enfermedad en todo el estado. El objetivo de este estudio fue describir los aspectos epidemiológicos, clínicos y de laboratorio de los casos de malaria diagnosticados en Boa Vista. Para ello, se realizó un estudio descriptivo y transversal en dos unidades de salud del municipio, con personas diagnosticadas con malaria y que aceptaron responder el cuestionario. De 206 participantes, caracterizados como hombres, pardos y jóvenes, el 96% (198) reportó actividad minera ilegal. Entre los mineros, el 66% (131) procedían de otros estados de Brasil o de otros países. Las minas estaban ubicadas principalmente en el territorio Yanomami, en Roraima. La infección por Plasmodium vivax se produjo en el 74% (153) de los participantes. Entre los mineros, hubo relatos de hospitalizaciones por malaria grave, ataques previos de malaria y retrasos en el tratamiento tras de la aparición de los síntomas. Aunque el 73% (145) de los mineros informó saber cómo se transmitía la malaria, solo el 54% (107) usaba mosquiteros o repelentes. El uso de Artecom y cloroquina por parte de los mineros no está destinado a un tratamiento completo, sino al alivio de los síntomas para permitir el regreso a las minas de oro. Esto resalta la importancia de la vigilancia molecular para detectar la resistencia a los antipalúdicos. Los indígenas son considerados una población vulnerable a la malaria, y los mineros promueven el aumento de la malaria en las Tierras Indígenas de Roraima. Por lo tanto, el acceso al diagnóstico y tratamiento en zonas indígenas invadidas por mineros es imperativo para combatir esta enfermedad que asola a las comunidades indígenas y amenaza la salud pública a gran escala en el objetivo de erradicar la malaria en el estado.Resumo em Inglês:
Abstract: Malaria is a public health problem and the cases diagnosed in the capital of Roraima, Brazil, show potential to characterize the burden of the disease in the state. This study aimed to describe the epidemiological, clinical, and laboratory aspects of malaria cases diagnosed in Boa Vista. For this purpose, a descriptive, cross-sectional study was conducted in two health units in the city, with individuals diagnosed and who agreed to respond the questionnaire. Of the total of 206 participants, characterized as men, mixed-race, and young, 96% (198) reported participating in illegal mining activity. Among the group of miners, 66% (131) came from other states of Brazil or other countries. The mines were mainly located in the Yanomami territory in Roraima. Plasmodium vivax infection occurred in 74% (153) of participants. In the miner’s group, hospitalizations for severe malaria, previous malaria attacks, and delays in treatment after the onset of symptoms were reported. Although 73% (145) of miners reported knowing how malaria was transmitted, only 54% (107) used mosquito nets or repellents. The use of Artecom and chloroquine by miners is not for the complete treatment but only to relieve symptoms for returning to gold mines, highlighting the importance of molecular surveillance to antimalarial resistance. Indigenous peoples are considered vulnerable to malaria and miners promotes the increase of malaria in Roraima Indigenous Lands. Therefore, access to diagnosis and treatment in Indigenous areas invaded by miners is imperative to confront this disease that ravages Indigenous communities and threatens public health on a large scale to achieve the goal of eliminating malaria in the state.Resumo em Português:
Resumo: O objetivo deste estudo foi desenvolver metodologia para estimar a incidência de câncer no Brasil e regiões. A partir de dados dos registros de câncer de base populacional (RCBP) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) foram calculadas razões de incidência e mortalidade (I/M) anuais, tipo de câncer, faixa etária e sexo em cada RCBP. Para estimar as razões I/M por região em 2018, foram aplicados modelos multiníveis longitudinais de Poisson. A estimativa de casos novos de câncer, em 2018, foi calculada aplicando-se as razões I/M estimadas ao número de óbitos corrigidos do SIM ocorridos naquele ano. Norte e Nordeste concentraram as menores razões I/M. Os cânceres de pâncreas, pulmão, fígado e esôfago tiveram as menores razões I/M, enquanto as maiores razões I/M foram estimadas para câncer de tireoide, testículo, próstata e mama feminina. Para 2018, foram estimados 506.462 casos novos de câncer no Brasil. Mama feminina e próstata foram os dois principais tipos de câncer em todas as regiões. No Norte e no Nordeste, destacaram-se os cânceres do colo do útero e de estômago. Diferenças nas razões I/M entre as regiões foram observadas e podem estar relacionadas ao desenvolvimento socioeconômico e ao acesso a serviços de saúde.Resumo em Espanhol:
Resumen: El objetivo de este estudio fue desarrollar una metodología para estimar la incidencia de cáncer en Brasil y sus regiones. A partir de datos de los registros de cáncer de base poblacional (RCBP) y el Sistema de Informaciones de Mortalidad (SIM), se calcularon las tasas anuales de incidencia y mortalidad (I/M), tipo de cáncer, grupo de edad y sexo en cada RCBP. Para estimar las tasas de I/M por región en 2018, se aplicaron modelos multinivel longitudinales de Poisson. Los nuevos casos de cáncer en 2018 se estimaron mediante la aplicación de las tasas I/M que se esperan para el número de muertes corregidas de SIM que habían ocurrido ese año. Las regiones Norte y Nordeste concentraron las más bajas tasas de I/M. Los cánceres de páncreas, pulmón, hígado y esófago tuvieron las más bajas tasas de I/M, mientras que las más altas tasas de I/M se estimaron para los cánceres de tiroides, testículos, próstata y mama femenina. Para 2018, se estimaron 506.462 nuevos casos de cáncer en Brasil. La mama femenina y la próstata representaron técnicas de estimación y configuraron ser los tipos principales de cáncer en todas las regiones. En el Norte y el Nordeste se destacaron los cánceres de cuello uterino y estómago. Se observaron diferencias en las tasas de I/M entre regiones, las cuales pueden estar relacionadas con el desarrollo socioeconómico y el acceso a los servicios de salud.Resumo em Inglês:
Abstract: The aim of this study was to develop a methodology for estimating cancer incidence in Brazil and its regions. Using data from population-based cancer registries (RCBP, acronym in Portuguese) and the Brazilian Mortality Information System (SIM, acronym in Portuguese), annual incidence/mortality (I/M) ratios were calculated by type of cancer, age group and sex in each RCBP. Poisson longitudinal multilevel models were applied to estimate the I/M ratios by region in 2018. The estimate of new cancer cases in 2018 was calculated by applying the estimated I/M ratios to the number of SIM-corrected deaths that occurred that year. North and Northeast concentrated the lowest I/M ratios. Pancreatic, lung, liver and esophageal cancers had the lowest I/M ratios, whereas the highest were estimated for thyroid, testicular, prostate and female breast cancers. For 2018, 506,462 new cancer cases were estimated in Brazil. Female breast and prostate were the two main types of cancer in all regions. In the North and Northeast, cervical and stomach cancers stood out. Differences in the I/M ratios between regions were observed and may be related to socioeconomic development and access to health services.Resumo em Português:
Resumo: Avaliações psicossociais raramente são realizadas com indivíduos residentes na comunidade, especialmente aqueles com maior risco de doença cardiovascular. Este estudo tem como objetivo avaliar o estresse perceptivo e o risco cardiovascular entre mulheres em um grande estudo transversal realizado em comunidades brasileiras. Foram incluídas mulheres com idade superior a 18 anos de 500 unidades básicas de saúde (UBS) públicas do Brasil. Todas as participantes foram submetidas a consulta clínica e aplicação de questionários. Os dados foram utilizados para identificar estilo de vida saudável, tabagismo e autopercepção de estresse psicológico. O índice de risco (NRS) do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) foi utilizado para estimar o risco cardiovascular. As informações de etnia foram autorreferidas, considerando mulheres brancas versus não brancas (negras, pardas e pardas). Um total de 93.605 pacientes foram recrutados em um ambiente de atenção primária, dos quais 62.200 (66,4%) eram mulheres. A autopercepção intensa e grave de estresse foi maior em mulheres não brancas em casa (p < 0,001), no trabalho (p = 0,008), socialmente (p < 0,001) e financeiramente (p < 0,001) em comparação com mulheres brancas. Portanto, a NRS indica que as mulheres não brancas apresentaram maior risco cardiovascular, menor atividade física e menor consumo diário de vegetais/frutas em comparação às mulheres brancas (p < 0,001). As mulheres não brancas nas comunidades brasileiras são suscetíveis ao aumento do estresse e do risco de doenças cardiovasculares, o que aumenta as disparidades no acesso ao sistema público de saúde.Resumo em Espanhol:
Resumen: Raramente se realizan evaluaciones psicosociales con personas que viven en la comunidad, especialmente aquellas con mayor riesgo de enfermedad cardiovascular. Este estudio tiene como objetivo evaluar el estrés perceptivo y el riesgo cardiovascular entre las mujeres en un gran estudio transversal realizado en comunidades brasileñas. Se incluyeron mujeres mayores de 18 años de 500 unidades básicas de salud (UBS) públicas de Brasil. Todas las participantes fueron sometidas a una consulta clínica y aplicación de cuestionarios. Los datos se utilizaron para identificar el estilo de vida saludable, el tabaquismo y la autopercepción del estrés psicológico. Se utilizó la puntuación de riesgo (NRS) de la Encuesta Nacional de Examen de Salud y Nutrición (NHANES) para estimar el riesgo cardiovascular. La información étnica fue autoinformada, considerando mujeres blancas versus no blancas (negras, marrones y mestizas). Se reclutó a un total de 93.605 pacientes en un entorno de atención primaria, de los cuales 62.200 (66,4%) eran mujeres. La autopercepción intensa y severa del estrés fue mayor entre las mujeres no blancas en el hogar (p < 0,001), en el trabajo (p = 0,008), socialmente (p < 0,001) y financieramente (p < 0,001) en comparación con las mujeres blancas. Por lo tanto, el NRS indica que las mujeres no blancas tenían mayor riesgo cardiovascular, menor actividad física y menor consumo diario de verduras y frutas en comparación con las mujeres blancas (p < 0,001). Las mujeres no blancas en las comunidades brasileñas son susceptibles a un mayor estrés y riesgo de enfermedades cardiovasculares, lo que se suma a las disparidades en el acceso al sistema de salud pública.Resumo em Inglês:
Abstract: Psychosocial evaluations are rarely conducted with community-dwelling individuals, especially those with higher risk of cardiovascular disease. This study aims to evaluate the perceptual stress and cardiovascular risk among women in a large cross-sectional study performed in Brazilian communities. Subjects aged over 18 years were included out of 500 public basic health units (BHU) in Brazil. All subjects were subjected to a clinical consultation and questionnaires application. Data were used to identify healthy lifestyle, smoking status, and self-perception of psychological stress. The National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) risk score (NRS) was used to estimate cardiovascular risk. Ethnicity information was self-reported, considering white versus non-white (black, brown, and mixed-race) women. A total of 93,605 patients were recruited from a primary care setting, of which 62,200 (66.4%) were women. Intense and severe auto-perception of stress was higher within non-white women at home (p < 0.001), at work (p = 0.008), socially (p < 0.001), and financially (p < 0.001) compared to white women. Therefore, the NRS indicates that non-white women had higher cardiovascular risk, lower physical activity, and lower daily vegetables/fruits consumption compared to white women (p < 0.001). Non-white women in Brazilian communities are susceptible to increased stress and cardiovascular disease risk, which adds up to disparities in access to the public health system.Resumo em Português:
Resumo: Cadernos de Saúde Pública (CSP) completa, em 2024, 40 anos de publicação ininterrupta. Este artigo analisa a trajetória da revista e projeta o futuro diante dos desafios contemporâneos da publicação científica do campo da Saúde Coletiva. O estudo foi desenvolvido com base na análise dos principais marcos da política editorial e na identificação dos temas mais publicados. Três períodos foram delimitados. No “início” (1985 a 1990), a revista tinha circulação restrita, com periodicidade trimestral. A palavra “epidemiologia”, usada em contexto descritivo, se sobressai. Segue-se o período de “consolidação” (1991 a outubro de 2012), quando CSP é indexado na base bibliográfica Index Medicus-MEDLINE e tem seu acervo online publicado pela Scientific Electronic Library Online (SciELO), ampliando o alcance dos artigos junto à academia. Nesse momento, torna-se visível o conjunto de palavras que caracterizam o campo da política, do planejamento e da gestão, e surgem os termos relacionados ao método epidemiológico. O período “diversidade” (novembro de 2012 a novembro de 2023) apresenta a obrigatoriedade de um editor externo aos quadros da Fundação Oswaldo Cruz entre os três coeditores-chefes, visando garantir a independência editorial. Novas atividades e a frequência similar entre os cinco termos mais encontrados capturam a “diversidade”. Inúmeras questões permeiam a publicação científica em 2024: Ciência Aberta não comercial, inteligência artificial, valorização da ciência, divulgação científica, entre outros. Enfrentar os novos desafios, de forma ética e transparente, permitirá avanços futuros, mantendo a credibilidade de CSP junto a autores e leitores e seu compromisso com a melhoria das condições de vida e de saúde das populações.Resumo em Espanhol:
Resumen: Cadernos de Saúde Pública (CSP) celebra 40 años de publicación continua en 2024. Este artículo analiza la trayectoria de la revista y hace proyecciones al futuro ante los retos contemporáneos de la publicación científica en el campo de la Salud Pública. El estudio se desarrolló a partir del análisis de los principales hitos de la política editorial y la identificación de los temas más publicados. Para ello, se dividieron en tres períodos. Al “comienzo” (1985 a 1990), la revista tenía una circulación restringida, con una periodicidad trimestral. En ese contexto, se destaca la palabra “epidemiología”. Después pasó al período de “consolidación” (1991 a octubre de 2012), en el que CSP se indexa en la base de datos Index Medicus-MEDLINE y tiene su colección en línea publicada por la Scientific Electronic Library Online (SciELO), lo que amplió el alcance de los artículos en la academia. En aquel momento se volvió perceptible el conjunto de palabras que caracterizan el campo de la política, la planificación y la gestión, además de aparecer términos relacionados con el método epidemiológico. En el período de “diversidad” (noviembre de 2012 a noviembre de 2023), hubo una necesidad de incluir a un editor externo al equipo de la Fundación Oswaldo Cruz entre los tres coeditores en jefe para garantizar la independencia editorial. Las nuevas actividades y la frecuencia similar entre los cinco términos principales capturan la “diversidad”. La publicación científica para el 2024 aborda numerosos temas: Ciencia Abierta no comercial, inteligencia artificial, apreciación de la ciencia, difusión científica, entre otros. Afrontar los nuevos retos, de forma ética y transparente, permitirá futuros avances manteniendo la credibilidad de CSP junto a autores y lectores, y su compromiso con la mejora de las condiciones de vida y salud de la población.Resumo em Inglês:
Abstract: In 2024, Cadernos de Saúde Pública (CSP) celebrates 40 years of uninterrupted publications. This article analyzes the trajectory of the journal and projects its future considering contemporary challenges in scientific publishing in the field of Public Health. This study was based on the analysis of main editorial policy milestones and the identification of the most popular topics. Three periods were recognized. In the “beginning” (1985 to 1990), the journal had restricted circulation, with a quarterly frequency. The word “epidemiology”, used in a descriptive context, is highlighted. Then, in the period of “consolidation” (1991 to October 2012), CSP was indexed in the Index Medicus-MEDLINE database and had its online collection published by the Scientific Electronic Library Online (SciELO), expanding the reach of articles. In this period, the words that characterize the field of policy, planning, and management were clearly seen, and terms related to the epidemiological method emerged. The period of “diversity” (November 2012 to November 2023) introduced the requirement of an external editor to the Oswaldo Cruz Foundation’s staff among the three co-editors-in-chief, aiming to ensure editorial independence. New activities and a similar frequency among the five most common terms highlight such “diversity”. Several issues are observed in scientific publishing in 2024: non-commercial Open Science, artificial intelligence, appreciation of science, scientific dissemination, among others. Addressing new challenges in an ethical and transparent manner will allow future advances, maintaining CSP’s credibility among authors and readers and its commitment to improvements in the living and health conditions of populations.Resumo em Português:
Resumo: A vigilância sentinela de síndrome gripal atua no Brasil identificando os vírus respiratórios de importância para a saúde pública circulantes no país, e começou a ser implementada em 2000. Recentemente, a pandemia de COVID-19 reforçou a importância da detecção precoce de novos vírus em circulação no território brasileiro. Assim, se faz oportuna uma análise do desenho da vigilância sentinela de síndrome gripal. Para tal, simulamos uma rede sentinela, identificando os municípios que fariam parte da rede segundo os critérios definidos no desenho da vigilância sentinela de síndrome gripal, e, a partir dos dados de casos testados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) de 2014 a 2019, sorteamos amostras para cada município sentinela por semana epidemiológica. O sorteio foi repetido mil vezes, obtendo-se a mediana e intervalo quantílico de 95% (IQ95%) da positividade para cada vírus por Unidade Federativa e semana epidemiológica. Segundo os critérios do desenho da vigilância sentinela de síndrome gripal, unidades sentinelas estariam em 64 municípios, distribuídas principalmente em capitais e suas zonas metropolitanas, o que preconizou 690 amostras semanais. O desenho apresentou boa sensibilidade (total de 91,65%, considerando o IQ95%) para a detecção qualitativa dos vírus respiratórios, mesmo os de baixa circulação. Porém, houve importante incerteza na estimativa quantitativa de positividade, chegando a, pelo menos, 20% em 11,34% das estimativas. Os resultados aqui apresentados visam auxiliar a avaliação e a atualização do desenho da rede sentinela. Estratégias para reduzir a incerteza nas estimativas de positividade precisam ser avaliadas, assim como a necessidade de maior cobertura espacial.Resumo em Espanhol:
Resumen: La vigilancia centinela de la enfermedad tipo infuenza (ETI) funciona en Brasil para identificar los virus respiratorios de importancia para la salud pública que circulan en el país y comenzó a ser implementada en 2000. Recientemente, la pandemia de COVID-19 ha reforzado la importancia de la detección temprana de la circulación de nuevos virus en el territorio brasileño. Así, se hace oportuno un análisis del diseño de la vigilancia centinela de la ETI. Para ello, simulamos una red centinela identificando los municipios que formarían parte de la red según los criterios definidos en el diseño de la vigilancia centinela de la ETI y, a partir de los datos de casos testados de infección respiratoria aguda grave (IRAG) de 2014 a 2019, se extrajeron muestras para cada municipio centinela por semana epidemiológica. El sorteo se repitió 1.000 veces y se obtuvo la mediana y el intervalo cuantílico del 95% (IC95%) de la positividad por virus, por Unidad Federativa y semana epidemiológica. Según los criterios del diseño de la vigilancia centinela de la ETI, unidades centinelas estarían en 64 municipios, distribuidas principalmente en capitales y zonas metropolitanas de las capitales, preconizando 690 muestras semanales. El diseño presentó una buena sensibilidad (total de 91,65% considerando el IC95%) para la detección cualitativa de los virus respiratorios, incluso los de baja circulación. Sin embargo, hubo una importante incertidumbre en la estimación cuantitativa de la positividad, alcanzando al menos el 20% en el 11,34% de las estimaciones. Los resultados presentados aquí tienen como objetivo ayudar en la evaluación y actualización del diseño de la red centinela. Es necesario evaluar las estrategias para reducir la incertidumbre en las estimaciones de positividad, al igual que la necesidad de una mayor cobertura espacial.Resumo em Inglês:
Abstract: The influenza-like illness (ILI) sentinel surveillance operates in Brazil to identify respiratory viruses of public health relevance circulating in the country and was first implemented in 2000. Recently, the COVID-19 pandemic reinforced the importance of early detection of the circulation of new viruses in Brazil. Therefore, an analysis of the design of the ILI sentinel surveillance is timely. To this end, we simulated a sentinel surveillance network, identifying the municipalities that would be part of the network according to the criteria defined in the design of the ILI sentinel surveillance and, based on data from tested cases of severe acute respiratory illness (SARI) from 2014 to 2019, we drew samples for each sentinel municipality per epidemiological week. The draw was performed 1,000 times, obtaining the median and 95% quantile interval (95%QI) of virus positivity by Federative Unit and epidemiological week. According to the ILI sentinel surveillance design criteria, sentinel units would be in 64 municipalities, distributed mainly in capitals and their metropolitan areas, recommending 690 weekly samples. The design showed good sensitivity (91.65% considering the 95%QI) for qualitatively detecting respiratory viruses, even those with low circulation. However, there was important uncertainty in the quantitative estimate of positivity, reaching at least 20% in 11.34% of estimates. The results presented here aim to assist in evaluating and updating the ILI sentinel surveillance design. Strategies to reduce uncertainty in positivity estimates need to be evaluated, as does the need for greater spatial coverage.Resumo em Português:
A crise econômica, social e sanitária na Venezuela resultou na maior emigração forçada da história recente da América Latina. As circunstâncias prevalentes nos países de acolhimento influenciam a autopercepção da qualidade de vida dos imigrantes, o que pode ser entendido como um indicador do seu nível de integração. A pandemia da COVID-19 exacerbou as vulnerabilidades socioeconômicas e de saúde, especialmente para imigrantes forçados. Levantamos a hipótese de que as circunstâncias adversas enfrentadas pelos imigrantes venezuelanos durante a pandemia aprofundaram sua vulnerabilidade, o que pode ter influenciado sua percepção de qualidade de vida. Este estudo tem como objetivo avaliar a qualidade de vida de imigrantes venezuelanos no Brasil durante a pandemia da COVID-19. Avaliamos a qualidade de vida de 312 imigrantes venezuelanos adultos vivendo no Brasil por meio de um instrumento desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-BREF), autoadministrado online de 20 de outubro de 2020 a 10 de maio de 2021. As associações da qualidade de vida e seus domínios com as características dos participantes foram analisadas por meio de modelos de regressão linear múltipla. O escore médio de qualidade de vida foi de 44,7 (±21,8) em uma escala de 0 a 100. A melhor média registrada foi no domínio físico (66,2±17,8) e a pior no domínio do meio ambiente (51,1±14,6). A pior qualidade de vida associou-se ao sexo feminino, não viver com companheiro, menor renda familiar e discriminação por nacionalidade. Fatores associados à qualidade de vida geral e seus respectivos domínios, especialmente renda e discriminação, também foram observados em outros estudos como obstáculos aos imigrantes venezuelanos. A qualidade de vida insatisfatória entre os venezuelanos residentes no Brasil pode ter sido agravada pela pandemia no período estudado.Resumo em Espanhol:
La crisis económica, social y sanitaria en Venezuela ha provocado la mayor emigración forzada en la historia reciente de América Latina. Las circunstancias imperantes en los países de acogida influyen en la calidad de vida autopercibida de los inmigrantes, lo que puede entenderse como un indicador de su nivel de integración. La pandemia del COVID-19 ha intensificado las vulnerabilidades socioeconómicas y sanitarias, especialmente para los inmigrantes forzados. Se plantea la hipótesis de que las circunstancias adversas que enfrentaron los inmigrantes venezolanos durante la pandemia profundizaron su vulnerabilidad, lo que puede haber influido en su percepción de la calidad de vida. Este estudio tiene como objetivo evaluar la calidad de vida de los inmigrantes venezolanos en Brasil durante la pandemia del COVID-19. Se evaluó la calidad de vida de 312 inmigrantes venezolanos adultos viviendo en Brasil mediante una herramienta desarrollada por la Organización Mundial de la Salud (WHOQOL-BREF), autollenada en línea del 20 de octubre de 2020 al 10 de mayo de 2021. Las asociaciones de la calidad de vida y sus dominios con las características de los participantes se analizaron mediante modelos de regresión lineal múltiple. La puntuación media de la calidad de vida fue de 44,7 (±21,8) en una escala de 0 a 100. La mejor media registrada fue en el dominio físico (66,2±17,8), y la peor en el dominio medio ambiente (51,1±14,6). La peor calidad de vida se asoció al sexo femenino, no convivir con pareja, menores ingresos y discriminación por nacionalidad. Los factores asociados con la calidad de vida general y sus respectivos dominios, especialmente ingresos y discriminación, coinciden con lo presentado por otros estudios como obstáculos para los inmigrantes venezolanos. La calidad de vida insatisfactoria entre los venezolanos que viven en Brasil debió de ser empeorada por la pandemia en el período estudiado.Resumo em Inglês:
The economic, social, and health crisis in Venezuela has resulted in the largest forced migration in recent Latin American history. The general scenario in host countries influence migrants’ self-perception of quality of life, which can be understood as an indicator of their level of integration. The COVID-19 pandemic has exacerbated socioeconomic and health vulnerabilities, especially for forced migrants. We hypothesized that the adverse circumstances faced by Venezuelan migrants during the pandemic have deepened their vulnerability, which may have influenced their perception of quality of life. This study aims to evaluate the quality of life of Venezuelan migrants in Brazil during the COVID-19 pandemic. We assessed the quality of life of 312 adult Venezuelan migrants living in Brazil using the World Health Organization WHOQOL-BREF quality of life assessment, which was self-administered online from October 20, 2020, to May 10, 2021. The associations of quality of life and its domains with participants’ characteristics were analyzed via multiple linear regression models. Mean quality of life score was 44.7 (±21.8) on a scale of 0 to 100. The best recorded mean was in the physical domain (66.2±17.8) and the worst in the environmental domain (51.1±14.6). The worst quality of life was associated with being a woman, not living with a partner, lower household income, and discrimination based on nationality. Factors associated with overall quality of life and respective domains, especially income and discrimination, were also observed in other studies as obstacles to Venezuelan migrants. The unsatisfactory quality of life among Venezuelans living in Brazil may have been worsened by the pandemic during the study period.Resumo em Português:
Resumo: A autoavaliação de saúde é um indicador de simples captação em inquéritos de saúde, amplamente utilizado em pesquisas para medir aspectos físicos, sociais, mentais e de saúde da população, além de predizer a mortalidade precoce. No caso venezuelano, apenas recentemente começou a se coletar essa informação por meio da Pesquisa Nacional de Condições de Vida (ENCOVI). Nesse contexto, o estudo tem por objetivo analisar os fatores demográficos e socioeconômicos associados à autoavaliação não positiva da saúde entre adultos venezuelanos. Utiliza-se como fonte de dados a ENCOVI 2021 (n = 16.803), cuja amostra é probabilística e estratificada, apresentando perguntas sobre saúde, educação, migração e outros aspectos sociais e econômicos. Foram realizadas análises brutas e ajustadas de razão de prevalência, estimadas por meio de modelos de regressão de Poisson com variância robusta. A prevalência de autoavaliação da saúde regular/ruim entre venezuelanos foi de 17,8%. Os resultados indicaram uma forte associação entre a prevalência do desfecho e a faixa etária, sendo 3,81 vezes maior (IC95%: 3,29-4,41) entre os indivíduos com 60 anos ou mais, em comparação àqueles com idade de 18 a 29 anos. Além disso, os participantes em situação de insegurança alimentar severa apresentaram uma prevalência 2 vezes maior (IC95%: 1,61-2,47) do que aqueles que não enfrentaram nenhum nível de insegurança alimentar. Fatores como pobreza, escolaridade, emigração recente de familiares e sexo também demonstraram influência significativa, mesmo quando analisados independentemente. Os resultados destacam a necessidade de atenção especial à saúde daqueles que enfrentam fome e dos idosos.Resumo em Espanhol:
Resumen: La autoevaluación de salud es un indicador de simple captación en encuestas de salud, muy utilizado en investigaciones para medir aspectos físicos, sociales, mentales y de salud de la población, además de predecir la mortalidad precoz. En el caso de los venezolanos, esta información recién comenzó a recopilarse en la Encuesta Nacional de Condiciones de Vida (ENCOVI). En este contexto, el objetivo del estudio es analizar los factores demográficos y socioeconómicos asociados con la autoevaluación de salud no positiva entre los venezolanos adultos. Se utiliza la ENCOVI 2021 como fuente de datos (n = 16.803), que tiene una muestra probabilística y estratificada, además de preguntas sobre salud, educación, migración y otros aspectos sociales y económicos. Se realizaron análisis de la razón de prevalencia crudos y ajustados, estimados a través de modelos de regresión de Poisson con varianza robusta. La prevalencia de la autoevaluación de salud regular/mala entre los venezolanos fue del 17,8%. Los resultados mostraron una fuerte asociación entre la prevalencia del resultado y el grupo de edad, siendo 3,81 veces mayor (IC95%: 3,29-4,41) entre las personas con 60 años o más, en comparación con las de 18 a 29 años. Además, los participantes en situación de inseguridad alimentaria grave presentaron una prevalencia 2 veces mayor (IC95%: 1,61-2,47) que aquellos que no enfrentaron ningún nivel de inseguridad alimentaria. Factores como pobreza, escolaridad, emigración reciente de familiares y género también demostraron una influencia significativa, aun cuando analizados de manera independiente. Los resultados resaltan la necesidad de prestar especial atención a la salud de los que enfrentan hambre y de las personas mayores.Resumo em Inglês:
Abstract: Self-rated health is an indicator that can be easily identified in health surveys, widely used to measure physical, social, mental, and health aspects of the population, and predict premature mortality. In Venezuela, this information only began to be collected recently, in the National Survey of Living Conditions (ENCOVI). In this context, our study aims to analyze the demographic and socioeconomic factors associated with non-positive self-rated health among Venezuelan adults. The ENCOVI 2021 (n = 16,803) was used as a data source, assessing a probability stratified sample with questions about health, education, emigration, and other social and economic aspects. Crude and adjusted prevalence ratio analyses were performed using Poisson regression models with robust variance. The prevalence of fair/bad self-rated health among Venezuelans was 17.8%. The results indicated a strong association between outcome prevalence and age group, 3.81 times higher (95%CI: 3.29-4.41) among individuals aged 60 or more when compared to individuals aged 18 to 29 years. Also, participants experiencing severe food insecurity had a prevalence 2 times higher (95%CI: 1.61-2.47) than those who did not have any level of food insecurity. Factors such as poverty, education, recent emigration of family members, and sex also showed a significant influence, also when analyzed independently. The results show that special attention should be dedicated to the health of individuals facing hunger and of the older people.Resumo em Português:
Resumo: São escassas as informações sobre como as flutuações econômicas afetam as desigualdades educacionais em homicídios na América Latina. Os objetivos deste estudo foram: (a) analisar as variações temporais das desigualdades educacionais relacionadas à mortalidade por homicídio, e (b) comparar essas desigualdades entre os anos de crescimento econômico e os anos de recessão nas cidades do sul da América do Sul no período de 2000 a 2019. Foram utilizados dados de sete áreas urbanas, em três países do Cone Sul da América do Sul: Mendoza e Rosário (Argentina); Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo (Brasil); e Santiago (Chile). Os modelos de Poisson foram estimados utilizando como variáveis explicativas a idade, sexo, ano, cidade de residência, ano de expansão ou recessão econômica e nível de escolaridade. Os resultados mostraram diferenças significativas na evolução temporal das taxas de homicídio entre as sete cidades, apesar de que as populações com baixo nível de escolaridade sempre foram as mais vulneráveis. As quatro cidades brasileiras, analisadas em conjunto, apresentaram maiores desigualdades educacionais relacionadas a homicídios em anos de recessão econômica em relação aos anos de crescimento econômico. Por um lado, o uso indiscriminado da força pelo Estado contra grupos criminosos parece ter levado ao aumento da desigualdade social na mortalidade por homicídio. Por outro lado, em um contexto de fragmentação criminal e crise econômica, essas desigualdades podem ser exacerbadas pelo aumento das disputas territoriais entre grupos criminosos.Resumo em Espanhol:
Resumen: Se sabe poco sobre cómo las fluctuaciones económicas afectan las desigualdades educativas en homicidios en países latinoamericanos. Los objetivos de este estudio fueron (a) analizar las variaciones temporales de las desigualdades relativas educacionales de la mortalidad por homicidio, y (b) comparar estas desigualdades entre años de crecimiento económico y años de recesión en ciudades del sur sudamericano durante el período 2000-2019. Se utilizaron datos de siete áreas urbanas, en tres países del Cono Sur Sudamericano: Mendoza y Rosario (Argentina); Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro y São Paulo (Brasil); y Santiago (Chile). Se estimaron modelos de Poisson, utilizando como variables explicativas la edad, sexo, año, ciudad de residencia, año de expansión o recesión económica y nivel educativo. Encontramos diferencias marcadas en la evolución temporal de las tasas de homicidio entre las siete ciudades, aunque siempre las poblaciones de nivel educativo bajo fueron las más vulnerables. Las cuatro ciudades de Brasil, analizadas en conjunto, tuvieron desigualdades educativas relativas de homicidios mayores en años de recesión económica, con respecto a años de crecimiento económico. Por un lado, el uso de la fuerza indiscriminado por parte del Estado enfocado hacia grupos criminales parece haber llevado a una creciente desigualdad social de la mortalidad por homicidio. Por el otro, en un contexto de fragmentación criminal y crisis económica se podrían agravar estas desigualdades a través de mayores disputas territoriales entre grupos criminales.Resumo em Inglês:
Abstract: Information on how economic fluctuations affect educational inequalities in homicides in Latin America is scarce. This study aimed to: (a) analyze the temporal variations of educational inequalities related to homicide mortality and (b) compare these inequalities between years of economic growth and recession in southern South America cities from 2000 to 2019. Data from seven urban areas in three countries in the Southern Cone of South America were used: Mendoza and Rosario (Argentina); Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, and São Paulo (Brazil); and Santiago (Chile). Poisson models were estimated by using age, sex, city of residence, year of economic growth or recession, and schooling level as explanatory variables. Results showed significant differences in the temporal evolution of homicide rates in the seven cities, although populations with a low schooling level always showed the most vulnerability. The four Brazilian cities, analyzed together, showed greater educational inequalities related to homicides in years of economic recession when compared to those of economic growth. On the one hand, the indiscriminate use of force by the State against criminal groups seems to increase social inequality in homicide mortality. On the other hand, criminal fragmentation and economic crisis can exacerbate these inequalities by increasing territorial disputes between criminal groups.Resumo em Português:
As vacinas são frequentemente subvalorizadas ou subutilizadas por uma série de razões. A hesitação vacinal é um desafio global, sendo uma ameaça à aceitação das vacinas e aos objetivos dos programas de imunização. O objetivo desta revisão é descrever barreiras e facilitadores para a vacinação na América Latina. O desenho do estudo foi uma revisão sistemática e síntese temática de estudos qualitativos sobre conhecimento ou atitudes de adultos, pais de crianças em idade de vacinação, adolescentes e profissionais de saúde sobre vacinação na América Latina. As bases de dados analisadas foram PubMed, CENTRAL, Scopus, LILACS, SciELO e CINAHL. Foram incluídos 56 estudos. Os facilitadores incluíram a ideia de que a vacinação era reconhecida como uma estratégia eficaz para prevenir doenças infecciosas e um requisito para o acesso à assistência social, escolaridade ou emprego. Além disso, recomendações de profissionais de saúde e experiências positivas com serviços de saúde também foram identificados como fatores facilitadores. Os principais obstáculos foram a falta de informação ou aconselhamento, problemas estruturais como escassez de vacinas e horário limitado de funcionamento, incapacidade de comprar vacinas pagas ou se transportar para unidades de saúde, certas crenças religiosas, concepções erradas sobre vacinas e preocupações de segurança. A pesquisa qualitativa pode contribuir para a compreensão das percepções e tomadas de decisão sobre a vacinação e para o desenvolvimento de políticas e intervenções para aumentar a cobertura vacinal.Resumo em Espanhol:
Las vacunas suelen estar subvaloradas o desaprovechadas por diversas razones. La vacilación ante las vacunas es un desafío global y representa una amenaza para la aceptación de las vacunas y para los objetivos de los programas de inmunización. El objetivo de esta revisión es describir las barreras y los facilitadores de la vacunación en América Latina. El diseño del estudio fue una revisión sistemática y una síntesis temática de estudios cualitativos sobre conocimientos o actitudes de adultos, padres de niños en edad de vacunación, adolescentes y profesionales de la salud sobre la vacunación en América Latina. Las bases de datos analizadas fueron PubMed, CENTRAL, Scopus, LILACS, SciELO y CINAHL. Se incluyeron 56 estudios. Los facilitadores incluyeron la idea de que la vacunación era reconocida como una estrategia eficaz para prevenir enfermedades infecciosas y un requisito para el acceso a la asistencia social, la escolaridad o el empleo. También se identificaron como factores facilitadores las recomendaciones de los profesionales de la salud y las experiencias positivas con los servicios de salud. Los principales obstáculos fueron la falta de información o asesoramiento, problemas estructurales como la escasez de vacunas y los horarios de funcionamiento limitados, la imposibilidad de pagar vacunas no provistas de forma gratuita o de desplazarse a los centros de salud, ciertas creencias religiosas, conceptos erróneos sobre las vacunas y preocupaciones por la seguridad. La investigación cualitativa puede contribuir a la comprensión de las percepciones y a la toma de decisiones sobre la vacunación y al desarrollo de políticas e intervenciones para aumentar la cobertura de vacunación.Resumo em Inglês:
Vaccines are often undervalued or underused for a variety of reasons, and vaccine hesitancy is a global challenge that threatens vaccine acceptance and the goals of immunization programs. This review aimed to describe the barriers and facilitators to vaccination in Latin America. The study design was a systematic review and thematic synthesis of qualitative studies reporting on the knowledge or attitudes of adults, parents of children at vaccination age, adolescents and health professionals towards vaccination in Latin America. The databases searched were PubMed, CENTRAL, Scopus, LILACS, SciELO, and CINAHL. A total of 56 studies were included. Facilitators included vaccination being recognized as an effective strategy for preventing infectious diseases and as a requirement for access to social assistance programs, schooling or employment. Recommendations from health professionals and positive experiences with health services were also identified as facilitators. The main barriers were lack of information or counseling, structural problems such as shortages of vaccines and limited hours of operation, the inability to afford over-the-counter vaccines or transportation to health facilities, certain religious beliefs, misconceptions and safety concerns. Qualitative research can contribute to understanding perceptions and decision-making about vaccination and to designing policies and interventions to increase coverage.