Cadernos de Saúde Pública, Volume: 40, Número: 10, Publicado: 2024
  • Atividade física: um tratamento negligenciado para demência Perspectives

    Feter, Natan; Feter, Jayne; Silva, Gustavo S.; Schmidt, Maria Inês; Rombaldi, Airton José
  • Estratégias educacionais para a prevenção de acidentes na infância: uma revisão sistemática Review

    Laguna, Gabriela Garcia de Carvalho; Gusmão, Ana Luiza Ferreira; Marques, Breno Oliveira; Bragas, Níkolas Brayan da Silva; Assis, Gabriela Alves de Souza; Evangelista, Karolaine da Costa; Silva, Natália Oliveira e

    Resumo em Português:

    Resumo: Acidentes na infância têm uma alta taxa de morbidade e mortalidade e, muitas vezes, podem ser evitados, o que reforça a importância de medidas educacionais para evitar lesões não intencionais. O objetivo foi identificar e descrever estratégias educacionais úteis para a prevenção de acidentes infantis no contexto da comunidade. Essa revisão sistemática foi orientada pelo PRISMA (2020) e registrada na plataforma PROSPERO (ID: CRD42024500956). Uma estratégia de busca foi desenvolvida combinando os descritores “Accident Prevention” (prevenção de acidentes), “Child” (criança) e “Health Education” (educação em saúde) com o operador booleano AND, aplicado às bases de dados PubMed/MEDLINE, Web of Science, LILACS e SciELO. Foram localizados 5.037 estudos, incluindo artigos observacionais publicados entre 2018-2023, com crianças de 0 a 12 anos e/ou seus pais/cuidadores. A qualidade dos estudos foi avaliada considerando os critérios dos instrumentos Qualitative Studies Checklist e Research Triangle Institute Item Bank. A amostra bibliográfica consistiu em 30 artigos, em sua maioria classificados como de alta qualidade, com uma população de 4.510 adultos e 54.190 crianças de vários países. Foram descritas estratégias educacionais para a prevenção de acidentes, voltadas para pais e responsáveis, crianças e ambos. Esta revisão, que aborda estratégias educacionais inovadoras para a prevenção de acidentes infantis, destaca abordagens lúdicas para crianças e métodos visuais para cuidadores. A implementação enfrenta desafios relacionados à avaliação e a fatores socioeconômicos, tornando critérios rigorosos e acompanhamentos prolongados importantes para a eficácia contínua.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: Los accidentes en la infancia tienen una alta tasa de morbimortalidad y, muchas veces, son prevenibles, por lo que refuerza la importancia de medidas educativas para prevenir lesiones no intencionales. El objetivo de estudio fue identificar y describir estrategias educativas útiles para la prevención de accidentes en la infancia en el contexto comunitario. Esta revisión sistemática fue guiada por PRISMA (2020) y registrada en la plataforma PROSPERO (ID: CRD42024500956). Se realizó una búsqueda combinando los descriptores “Accident Prevention” (prevención de accidentes), “Child” (niño) y “Health Education” (educación en salud) con el operador booleano AND, aplicado a las bases de datos PubMed/MEDLINE, Web of Science, LILACS y SciELO. Se encontraron 5.037 estudios, que incluye artículos observacionales publicados entre 2018-2023, con niños de 0 a 12 años y/o sus padres/cuidadores. La calidad de los estudios se evaluó considerando los criterios de los instrumentos Qualitative Studies Checklist y Research Triangle Institute Item Bank. La muestra bibliográfica consistió en 30 artículos, en su mayoría clasificados como de alta calidad, realizados con una población de 4.510 adultos y 54.190 niños de varios países. Se describieron estrategias educativas para la prevención de accidentes dirigidas a padres y tutores, niños o ambos. Esta revisión aborda estrategias educativas innovadoras para la prevención de accidentes en la infancia y destaca los enfoques lúdicos para los niños y las técnicas visuales para los cuidadores. La aplicación se enfrenta a desafíos relacionados con la evaluación y los factores socioeconómicos, por lo que los criterios estrictos y los seguimientos prolongados son importantes para mantener su eficacia.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: Accidents in childhood have a high morbidity and mortality rate and are often preventable, which reinforces the importance of educational measures to prevent unintentional injuries. This study aimed to identify and describe useful educational strategies for preventing childhood accidents in communities. This systematic review was guided by PRISMA (2020) and registered on the PROSPERO platform (ID: CRD42024500956). A search strategy was developed by combining the descriptors “Accident Prevention”, “Child”, and “Health Education” with the Boolean operator AND, applied to the PubMed/MEDLINE, Web of Science, LILACS, and SciELO databases. A total of 5,037 studies were located, including observational articles published from 2018 to 2023, with children aged 0-12 years and/or their parents/caregivers. The quality of the studies was assessed based on the Qualitative Studies Checklist and the Research Triangle Institute Item Bank instruments. The bibliographic sample consisted of 30 articles, mostly classified as high quality, with a population of 4,510 adults and 54,190 children from various countries. Educational strategies for accident prevention were described, aimed at parents and guardians, children, and both. This review, addressing innovative educational strategies for preventing childhood accidents, highlights playful approaches for children and visual methods for caregivers. Implementation faces challenges related to evaluation and socioeconomic factors, making rigorous criteria and prolonged follow-ups important for continuous effectiveness.
  • Política, Planejamento e Gestão em Saúde: reflexões a partir da experiência de CSP Editorial

    Lima, Luciana Dias de; Martins, Mônica
  • Desigualdades socioeconômicas em problemas de saúde nos primeiros dois anos de vida: coorte de nascimentos de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, 2015 Article

    Nunes, Bruno Pereira; Flores, Thaynã Ramos; Miranda, Vanessa Iribarrem Avena; Lutz, Bárbara Heather; Guttier, Marília Cruz; Silveira, Marysabel; Bertoldi, Andréa Dâmaso

    Resumo em Português:

    Resumo: O Brasil é marcado por uma agenda inacabada em relação às desigualdades na saúde, impactando os problemas de saúde da infância. O objetivo deste estudo foi avaliar as desigualdades socioeconômicas relacionadas aos problemas de saúde da primeira infância. Este é um estudo prospectivo com base na coorte de nascimentos realizado na cidade de Pelotas (Rio Grande do Sul, Brasil) em 2015. Os desfechos foram problemas de saúde apresentados aos 12 e 24 meses de idade: tosse, dificuldade para respirar, diarreia, dor de ouvido, pneumonia, infecção urinária, hospitalização e outros problemas de saúde. As desigualdades socioeconômicas foram aferidas usando o índice de desigualdade absoluta (SII, acrônimo em inglês) e o índice de concentração (CIX, acrônimo em inglês), considerando o índice de riqueza e escolaridade materna como variáveis socioeconômicas. A regressão de Poisson foi utilizada para avaliar as desigualdades no número de problemas de saúde. Um total de 4.275 crianças foram incluídas na análise. Aos 12 e 24 meses, aproximadamente 74% e 44% apresentaram 1 ou mais e 2 ou mais problemas de saúde, respectivamente. Para todo o período, o número médio de problemas de saúde foi de 2,9 (desvio padrão = 2.0). Maiores frequências foram observadas para crianças no quintil de renda mais baixa e com menor escolaridade materna, exceto para 1 ou mais problemas de saúde aos 24 meses. A maior desigualdade absoluta e relativa foi observada para 2 ou mais problemas de saúde aos 12 meses (SII: -0,23, IC95%: -0,29; -0,18 e CIX: -0,19, IC95%: -0,25; -0,14). Com base nos modelos ajustados, foi encontrada uma relação dose-resposta oposta para o acúmulo de problemas de saúde com base na escolaridade materna (1,07, IC95%: 1,04; 1,09) e nas categorias de riqueza (1,03, IC95%: 1,01; 1,04). Portanto, o estudo confirma as desigualdades relacionadas aos problemas de saúde em crianças brasileiras, especialmente no primeiro ano de vida.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: Las desigualdades sanitarias en Brasil afectan a la salud infantil. El objetivo de este estudio fue evaluar las desigualdades socioeconómicas de los problemas sanitarios de la primera infancia. Este es un estudio prospectivo de una cohorte de nacimientos realizada en la ciudad de Pelotas (Rio Grande do Sul, Brasil) en 2015. Los desenlaces fueron problemas sanitarios de niños de 12 y 24 meses de edad como tos, dificultad para respirar, diarrea, dolor de oído, neumonía, infección del tracto urinario, hospitalización, entre otros problemas. Las desigualdades socioeconómicas se midieron con el índice de desigualdad absoluta (SII, por sus siglas en inglés) y el índice de concentración (CIX, por sus siglas en inglés). El índice de ingresos y nivel educativo de la madre fueron las variables socioeconómicas. Las desigualdades en el número de problemas sanitarios se evaluaron mediante la regresión de Poisson. La muestra perinatal fue conformada por 4.275 niños. A los 12 y 24 meses, aproximadamente el 74% y el 44% de los niños tenían uno o más y dos o más problemas de salud, respectivamente. Durante el período, el número promedio de problemas sanitarios fue de 2,9 (desviación estandar = 2.0). Se observaron frecuencias más altas para los niños pertenecientes al quintil de ingresos más pobres y con el nivel educativo de la madre más bajo, a excepción de uno o más problemas de salud a los 24 meses. La mayor desigualdad absoluta y relativa se observó en dos o más problemas sanitarios a los 12 meses (SII: -0,23, IC95%: -0,29; -0,18 e CIX: -0,19, IC95%: -0,25; -0,14). Con base en los modelos ajustados, se encontró una relación dosis-respuesta opuesta para la acumulación de problemas sanitarios en cuanto al nivel educativo de la madre (1,07, IC95%: 1,04; 1,09) y a los ingresos (1,03, IC95%: 1,01; 1,04). Este estudio confirma las desigualdades por problemas sanitarios de niños brasileños, especialmente en el primer año de vida.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: Brazil is characterized by an unfinished agenda of health inequalities, which impact health problems in the childhood. This study aimed to evaluate the socioeconomic inequalities of health problems in the early childhood. This is a prospective study, using data from the birth cohort carried out in the city of Pelotas (Rio Grande do Sul State, Brazil) in 2015. The outcomes were health problems presented at 12 and 24 months: cough, breathing difficulty, diarrhea, ear pain, pneumonia, urinary infection, hospitalization, and other health problems. Socioeconomic inequalities were measured applying the slope index of inequality (SII) and the concentration index (CIX), with wealth index and maternal schooling being the socioeconomic variables. The inequalities in the number of health problems were evaluated by Poisson regression. The perinatal sample comprised 4,275 children. At 12 months approximately 74% of the children presented 1 or more health problems, while at 24 months, approximately 44% presented 2 or more health problems. For all period, the mean number of health problems was 2.9 (standard deviation = 2.0). Higher frequencies were observed for children belonging to the poorest income quintile and with lower maternal education, except for 1 or more health problems at 24 months. The greatest absolute and relative inequality was observed for 2 or more health problems at 12 months (SII: -0.23, 95%CI: -0.29; -0.18 and CIX: -0.19, 95%CI: -0.25; -0.14). There is an opposite dose-response relation for the risk of accumulation of health problems according to maternal schooling (1.07, 95%CI: 1.04; 1.09) and wealth categories (1.03, 95%CI: 1.01; 1.04), in the full adjusted models. The study confirms inequalities due to health problems in Brazilian children, especially in the first year of life.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br